História

“CASAES DE CAMARA” 

Designação antiga daquilo que hoje é conhecido por Casal de Cambra. De facto este topónimo terá tido origem no facto de uma parte dos rendimentos das propriedades aqui existentes no Sec. XVI, sob a forma de imposto, terem sido atribuídos à “Camarae” da Infanta D. Beatriz filha do Rei D. Manuel I. Eram pois uma espécie de mesada que o rei atribuía à sua filha, constituindo assim o seu próprio rendimento.

Na realidade existem registo de casamento e óbito, efectuados na ermida de Santa Marta já nos finais dos Sec. XVI.

Contudo a ocupação do local hoje conhecido por Casal de Cambra, vem pelo menos de há cerca de 3000 anos ou seja por alturas do Calcolítico ou Eneolítico. Foram encontradas pontas de sílex na prospecção efectuada aquando das obras de recuperação da actual capela, que nos permitem sustentar esta afirmação.

Tal facto não é de estranhar, uma vez que, existem nas proximidades a “Anta das Pedras Altas” no Casal Novo, Freguesia de Caneças e a “Anta do Cabeço do Bispo”, Freguesia de Famões, monumentos classificados, apesar de votados ao abandono que, são inclusive de uma época bem mais remota. Posteriormente toda esta zona veio a ser ocupada pelas populações Moçárabes, misto de cristãos e mouros resultantes da miscigenação entre Visigodos (já cristianizados) e as populações árabes, que entretanto foram chegando a partir do ano 711 D.C., após a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques. São os chamados “saloios” que se viram escorraçados de Lisboa, que para aqui vieram criando toda uma economia à volta da cidade que hoje se estende inclusive até à Cidade das Caldas da Rainha e que no inicio se estendeu também um pouco para Sul.

Posteriormente já em pleno Sec. XX por alturas do ano 1966/67, foram estes terrenos divididos em quintinhas de 5000 metros as quais foram sendo postas à venda, vindo posteriormente a serem novamente loteados tendo-se constituído uma malha imensa de pequenos lotes.

Estas pequenas propriedades foram então adquiridas por gente das mais diversas origens no território nacional e que trabalhavam em Lisboa, na PSP, Metro, GNR, Carris, etc.

Originários da “província”, aqui vieram a encontrar as condições ideias, não só para possuírem casa própria, como também para recrearem um pouco das suas vivências anteriores, cultivando quintais e criando coelhos e galinhas, o que além do mais, lhes complementava, os por vezes fracos rendimentos mensais.

Desde cedo estas populações se organizaram à volta de uma Associação de Proprietários, da chamada “Comunidade Católica” e duas ou três colectividades, A.D.C.R., Futebol Clube “O Despertar”, Solami, Etc.

De toda esta dinâmica resultou mais tarde o aparecimento, primeiro da Paróquia de Santa Marta de Casal de Cambra e a 12 de Julho de 1997 da Freguesia de Casal de Cambra que, se desmembrou da Freguesia de Belas. Ao ser constituída Freguesia foi englobar ainda o Bairro da Serra da Helena e uma pequeníssima parte do Bairro Olival Santíssimo. Tendo sido elevada a Vila de Casal de Cambra oficialmente a partir de 11 de Agosto de 2009.

Actualmente com cerca de 13000 habitantes, conta com cerca de 15000 inscritos no Centro de Saúde.

Possui três instituições bancárias, duas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, dois Infantários da Rede Pública, uma Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, um Mercado Municipal, um Centro Comunitário com todas as valências gerido por uma IPSS, um Centro Social Paroquial gerido por uma IPSS com algumas valências, um Parque Urbano, Campo de Futebol, Polidesportivo descoberto, um Pavilhão Gimnodesprtivo Municipal, Farmácia, Parafarmacias e toda uma gama diversa, de pequenos comércios, pequenas industrias etc. que, garante a actividade económica desta população.

Situada a cerca de 5 minutos do Metropolitano da Pontinha e 5 minutos do “Dolce Vita Tejo”, é a vila servida por uma boa rede de transportes rodoviários e localiza-se exactamente junto ao nó do Casal da Fonte Santa/Belas, que lhe permite o acesso directo a todas as ligações rodoviárias do Pais.